A Ozo não era uma câmera qualquer. O dispositivo contava com oito sensores de alta resolução distribuídos em uma espécie de globo que, juntos, geravam imagens em 360 graus. Um conjunto de oito microfones tratava de capturar o áudio do ambiente para deixar tudo o mais real possível, permitindo, por exemplo, que o usuário tivesse noção da distância de determinado som. Depois, bastava colocar o conteúdo gerado em uma aplicação de realidade virtual. Uma loja poderia usar o equipamento para promover visitas virtuais ao interior de uma de suas unidades, por exemplo. A Ozo foi desenvolvida desde o início para atividades profissionais. O preço já deixava isso claro: US$ 60 mil (na época do lançamento, pelo menos). O que deu errado? Na parte técnica, nada. O vídeo abaixo dá uma boa noção do que a câmera era capaz de fazer. O problema, de acordo com a Nokia, é que o mercado de realidade virtual se desenvolve muito lentamente.
A gente sabe que isso é verdade. Aplicações do tipo até são interessantes, mas, para a maioria dos usuários, não passam de mera curiosidade. Entretanto, o preço cobrado pela Ozo também serviu para esfriar os ânimos, muito provavelmente. Como consequência, a Nokia pretende se dedicar a segmentos mais rentáveis a partir de agora. Um deles é o mercado de tecnologias para saúde, que tem crescido no mundo todo. O licenciamento de patentes está mantido, assim como o de marca: a parceria com a HMD Global para uso do nome Nokia em celulares (o mais recente é o Nokia 8) continua firme e forte.
Essa mudança de rumos tem uma parte bastante negativa: a Nokia Technologies, divisão responsável pela Ozo, vai perder 310 de seus 1090 empregados que atuam nos Estados Unidos, Reino Unido e Finlândia. A divisão Nokia Networks, que cuida de telecomunicações, não será afetada pelo corte. As empresas que adquiriram uma câmera Ozo continuarão recebendo suporte. Com informações: TechCrunch