Mineradores sem-teto: o êxodo após a repressão chinesa sobre o bitcoinO que é a mineração de criptomoedas? [Investimentos]
As decisões, tomadas em 23 de junho e divulgadas em 29 de julho, revelaram importantes detalhes sobre o processo judicial que já vem se arrastando por anos. A disputa chama particularmente a atenção pode ter passado praticamente despercebida por todo esse tempo, mesmo envolvendo um poder de processamento de dados extremamente impactante no mundo das criptomoedas. Com base nas decisões judiciais, as unidades de processamento gráfico (GPUs) que devem ser devolvidas à Genesis Mining totalizam 485.681 unidades da RX470 de 8 GB, fabricadas pela Micro-Star International. “Os dispositivos envolvidos neste caso ainda estão operantes e em [boas] condições para serem devolvidos”, acrescentou o tribunal. Teoricamente, a taxa de hash atingida pelo conjunto pode superar os 14 TH/s (terahashes por segundo) usando o algorítimo Ethash. Assim, se tamanho conjunto de GPUs se dedicassem à mineração de ether (ETH), criptomoeda nativa da rede Ethereum, a renda bruta gerada diariamente poderia superar US$ 1 milhão. “Depois de vários anos de luta, temos o prazer de ver o tribunal a nosso favor”, disse Marco Streng, CEO e cofundador da Genesis Mining e Genesis Digital Assets, ao The Block. Trata-se também de um estoque de equipamentos que por si só já vale uma fortuna. Cada uma das GPUs é avaliada em cerca de US$ 500, conforme sua média de preço no varejo. Assim, o conjunto completo pode valer até US$ 200 milhões.
Uma longa luta na justiça
A Genesis Mining surgiu, na realidade, como uma empresa de mineração em nuvem ainda em 2013, vendendo poder de processamento para clientes em todo o globo. Em 2017, a empresa fechou uma parceria de hospedagem com um data center na cidade de Fuzhou, na China, chamado Chuangshiji Technology Limited. De acordo com a descrição dos eventos da Suprema Corte, Chuangshiji suspendeu abruptamente os pagamentos em criptomoedas a seu cliente a partir de setembro de 2018, dizendo que a Genesis Mining não pagou suas contas de energia. O processo chegou à justiça e foi aí que a disputa comercial pelas GPUs começou. A empresa acusou Chuangshiji de não cumprir suas obrigações e reter o equipamento indevidamente. A Genesis Mining disse que decidiu encerrar a relação de hospedagem, mas Chuangshi se recusou a devolver os aparelhos e começou a vendê-los. A Genesis Mining então entrou com uma ação em maio de 2019 no Tribunal Popular Intermediário de Fuzhou exigindo a devolução das milhares unidades de suas GPUs, bem como mais de 60 mil unidades de máquinas mineradoras de bitcoin do modelo ASIC AntMiner S9. Contudo, após múltiplas articulações na justiça, foi somente agora em junho de 2021 que essa história chegou a um fim. Com informações: The Block