O modelo recebeu o nome de Confident Adaptive Language Modeling, ou Modelagem de Linguagem Adaptativa por Confiança, em tradução livre. Daí a sigla CALM. Ele vem sendo desenvolvido pelo Google e pelo MIT, e foi apresentado na conferência NeurIPS, que aconteceu entre o fim de novembro e o começo de dezembro. Neste mesmo período, a OpenAI liberou seu ChatGPT para o público geral. Segundo relatos, o potencial da ferramenta causou algum desconforto no Google. Há quem pense que essa tecnologia pode substituir o buscador em alguns casos. Enquanto isso, ela está sendo usada para escrever códigos e paquerar, entre outras coisas.
Economizando processamento
Segundo o Google, as principais inteligências artificiais de linguagem usam a mesma quantidade de energia de processamento em todas as previsões de palavras — o que pode ser visto como matar mosquito com tiro de canhão. “Ao escrever uma frase, algumas continuações são triviais, enquanto outras exigem mais esforço”, escreve a empresa em seu blog. Por isso, o CALM economiza quando o próximo termo é mais fácil de acertar. A inteligência artificial trabalha com o conceito de saída antecipada. Basicamente, ao achar uma palavra que provavelmente serve como continuação da frase, o modelo calcula quanto de confiança tem naquela palavra. Se for acima do limite estabelecido, a escolha é feita, e o algoritmo parte para a próxima palavra.
Cuidado para não errar
O Google reconhece que algumas precauções precisam ser tomadas para que a IA vá escrevendo sem saber onde vai dar. “Erros cometidos no começo do processo de geração são mais prejudiciais, porque afetam as escolhas seguintes”, pondera a empresa. Por isso, o CALM exige uma pontuação de confiança mais alta no começo das frases, como forma de diminuir riscos. Depois, esse corte vai ficando mais baixo, como forma de caminhar em direção a um custo-benefício melhor, usando a menor energia possível para resultados de qualidade. O Google diz que, em seus testes, o CALM reduziu quase pela metade o tempo de processamento, sem que isso significasse perda de qualidade no resultado. Por enquanto, o modelo é apenas um experimento e não é possível usá-lo. Mesmo assim, parece que o Google não quis deixar o ChatGPT falando sozinho. Com informações: Google Research Blog, Synced Review.