Os medidores inteligentes instalados fazem parte de um projeto-piloto localizado nos bairros de Perus e Pirituba, zona oeste de São Paulo. A Enel tem a expectativa de encerrar o ano com 300 mil dispositivos. O investimento está avaliado em R$ 227 milhões, e conta com contribuições de recursos de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além de dispensar o uso de mão-de-obra presencial para efetuar leituras, o uso de medidores inteligentes permite que a concessionária de energia faça corte ou religação de forma remota e imediata. A Enel também afirma que todos os consumidores com esse equipamento poderão monitorar o consumo diário de eletricidade através de um aplicativo para smartphone.
Medidores usam PLC, mas dependem de rede 4G
Os relógios medidores da Enel utilizam tecnologia PLC, que aproveita os cabos elétricos existentes para transmitir dados. Esse padrão acabou não se popularizando para fornecer serviços de banda larga, mas está presente em alguns equipamentos de rede doméstica. Os medidores da Enel não estão conectados diretamente à internet. Conforme apurou o Mobile Time, os dados dos relógios são armazenados em um concentrador que armazena as informações. Só depois que o consumo é transmitido para a concessionária, via redes 3G ou 4G de duas diferentes operadoras. Parece estranho apostar em redes PLC para medição de consumo em relógios de energia, especialmente por se tratar de uma tecnologia pouco difundida. Módulos individuais que habilitam conectividade celular em máquinas estão ficando cada vez mais baratos, e devem ficar popularizar de forma expressiva com a chegada do 5G. É claro que se o uso de 3G ou 4G individual acarretaria custo para disponibilizar conexões individuais para cada medidor. No entanto, o valor não deve ser expressivo por se tratar de um tráfego de dados muito baixo: na solução PLC, a Enel gasta em média 7,5 GB de internet móvel para transmitir as informações de todos os 300 mil relógios de energia.